O princípio da individualidade biológica se refere às características individuais que diferenciam as pessoas de acordo com a sua carga genética, identificada como genótipo. Com base nesse princípio, podemos entender que cada organismo reage de maneira diferente a um mesmo estímulo aplicado, necessitando de adaptações específicas.
Ao genótipo são somados elementos conhecidos como fenótipo do indivíduo que se relaciona às influências que ele recebe do meio ambiente. Dessa forma, para garantir bons resultados em treinamentos físicos e programas alimentares, é fundamental considerar a soma do genótipo com o fenótipo para atender às necessidades individuais.
Neste artigo, vamos explicar para que serve o princípio da individualidade, o que ele considera, sua importância para os treinamentos e como ele interfere em programas de alimentação e suplementação. Continue a leitura para saber mais!
Para que serve e o que é considerado no princípio da individualidade biológica?
O princípio da individualidade biológica serve para direcionar programas de atividades físicas e alimentares com base nas necessidades individuais das pessoas. Dessa forma, é possível obter melhores resultados, pois permite um planejamento que respeita às características próprias, como estrutura e formação física.
Esse princípio considera essencialmente as diferenças físicas, como composição corporal, força máxima, configuração das fibras musculares, tipo de metabolismo, entre outros aspectos que diferenciam geneticamente os indivíduos, gerando necessidades adaptativas e programas personalizados.
Por que a individualidade biológica é importante na atividade física?
A individualidade biológica é essencial em treinamentos de atividades físicas por respeitar as diferenças genótipas e fenótipas de cada pessoa, permitindo o atendimento às necessidades individuais e entendendo as diferentes respostas orgânicas para um mesmo programa.
Exemplo disso pode ser observado quando um treinador prescreve o mesmo treino para dois irmãos gêmeos. Nesse caso, por mais que haja semelhanças físicas, as respostas e adaptações serão diferentes. Isso significa que o mesmo exercício, realizado na mesma intensidade, com a mesma duração e na mesma frequência, proporciona diferentes efeitos para cada pessoa.
Nesse sentido, as diferenças de resultados para um mesmo grupo em treinamento físico dependem de fatores (genótipo + fenótipo) como:
- capacidade de oxigenação;
- doenças preexistentes — como hipertensão, diabetes, entre outras;
- estatura;
- estilo de vida — incluindo consumo de bebidas alcoólicas e tabagismo;
- estrutura muscular;
- experiência prévia;
- força máxima;
- idade — devido a alterações fisiológicas do envelhecimento;
- nível de sedentarismo.
- peso;
- sexo;
- técnica de execução dos exercícios.
Como a Individualidade biológica interfere em programas de alimentação?
As diferenças individuais são mais importantes ainda em programas de alimentação. Isso porque, a individualidade bioquímica determina que cada organismo é único, portanto, com necessidades nutricionais, deficiências, metabolismo e tendências únicas para desenvolver doenças.
Dessa forma, para que uma dieta ou planejamento alimentar seja eficaz, tanto para perder peso quanto para melhorar a qualidade de vida, deve-se respeitar a individualidade bioquímica e as preferências das pessoas.
Nesse sentido, a melhor dieta é aquela criada e planejada especificamente para as suas necessidades. Isso significa que ela foi pensada considerando suas especificidades genéticas e metabólicas, rotina de treinamento, regionalidade e atividades diárias.
Esse é um aspecto fundamental, pois uma dieta rica em carboidratos pode ser perfeita para uns, mas ineficiente ou até maléfica para outros. Por isso, é muito importante entender que um programa de alimentação prescrito para uma determinada pessoa não deve ser seguido por outras. Certamente, o resultado não será o mesmo e poderá ser prejudicial à saúde.
Os biotipos e suas necessidades nutricionais para treinamentos
Para ilustrar a importância de observar as diferenças individuais em treinamentos, podemos imaginar duas situações bem comuns em academias: uma pessoa com biotipo ectomorfo (corpo fino, com ombros, cintura e quadris estreitos) e outra do tipo endomorfo (corpo mais largo e membros curtos).
O primeiro tem grande dificuldade para ganhar massa muscular e, por consequência, muita facilidade para perder peso, tanto de massa muscular quanto de gordura. Esses indivíduos apresentam um metabolismo acelerado. Dessa forma, uma dieta rica em carboidratos é essencial, já que a deficiência desse nutriente compromete a hipertrofia.
Já um indivíduo endomorfo apresenta facilidade em ganhar massa muscular, mas, normalmente, ela é obtida com um aumento proporcional de gordura corporal. Nesse sentido, é fundamental consultar um médico ou nutricionista, para que a alimentação ou a suplementação, quando necessária, seja feita com base em exames laboratoriais, para permitir uma dieta personalizada e obter os resultados desejados.
Como funciona a individualidade biológica na suplementação alimentar?
Assim como para os programas de alimentação, a suplementação deve ser feita com base nas características individuais. Muito comum para o ganho de massa, a prescrição de suplementos esportivos personalizados é um recurso importante para o monitoramento realizado por nutricionistas para acompanhar o peso dos pacientes.
Quando os suplementos são administrados de acordo com as necessidades individuais, evitam riscos à saúde e proporcionam resultados eficazes. Por isso, a personalização de soluções de suplementação já é considerada uma tendência, devido à ação diferenciada.
Ela pode ser obtida por meio de prescrição médica e elaborada em farmácias de manipulação, onde é possível escolher a melhor forma para consumir os suplementos. Nesse sentido, é possível optar por shakes, sachês, shots, cápsulas, entre outras alternativas.
Como é aplicado o princípio da individualidade em treinos?
Considerando as características individuais para a prescrição adequada, o treinador precisa seguir algumas regras básicas que fazem muita diferença no treino personalizado, como:
- aplicar questionário de anamnese ao aluno antes de iniciar um treino;
- solicitar avaliação médica para identificação de possíveis patologias;
- após liberação médica, fazer testes físicos, como a ergoespirometria, testes de pisada e avaliação de corrida;
- com base nos dados obtidos, elaborar planilha de treino, de acordo com os objetivos traçados em conjunto com o aluno.
Essas são regras básicas, mas essenciais para ser possível o planejamento e a prescrição de treino respeitando o princípio da individualidade biológica, para resultados seguros e eficientes.
Como vimos, a individualidade biológica identifica as diferenças físicas e orgânicas, adicionadas às experiências ambientais de cada pessoa. Esse conjunto de fatores é fundamental para direcionar treinamentos físicos, suplementação e programas alimentares de maneira personalizada. Mas, para obter bons resultados, é muito importante consultar um médico especialista e fazer exames laboratoriais.
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