Brenda de Oliveira Cordeiro
Nos últimos anos, os análogos de GLP-1 ganharam espaço como uma das estratégias mais eficazes no tratamento da obesidade e do diabetes tipo 2. Com promessas de perda de peso, controle do apetite e melhora dos níveis de glicose, esses medicamentos passaram a ser amplamente prescritos e despertaram o interesse de pacientes e profissionais da saúde.
Mas afinal, o que são esses medicamentos? Como funcionam? E por que é tão importante pensar em suplementação durante o tratamento? Neste guia completo, você vai entender tudo sobre os análogos de GLP-1, seus efeitos, indicações e cuidados essenciais. Confira!
O que é GLP-1?
GLP-1 é a sigla para “glucagon-like peptide-1”, um hormônio produzido no intestino logo após as refeições. Ele tem um papel fundamental no controle do metabolismo e da saciedade, como:
- Estimular a liberação de insulina: hormônio produzido pelo pâncreas que retira a glicose do sangue e a leva para as células, onde vira energia. O GLP-1 estimula sua liberação após as refeições, ajudando a controlar os níveis de glicose no sangue;
- Reduzir a liberação de glucagon: hormônio com efeito oposto ao da insulina, que estimula o fígado a liberar glicose, principalmente em jejum. O GLP-1 inibe essa ação quando não é necessária, evitando picos de glicemia;
- Atrasar o esvaziamento do estômago: prolonga a sensação de estômago cheio;
- Enviar sinais de saciedade ao cérebro: ajudando a reduzir a fome.
Ou seja, o GLP-1 atua como um regulador natural do apetite e dos níveis de glicose no sangue.
O que são os análogos de GLP-1?
Os análogos de GLP-1 são medicamentos desenvolvidos para imitar a ação do hormônio GLP-1, mas com um tempo de ação prolongado no organismo. Eles são conhecidos como agonistas do receptor de GLP-1 e atuam nos mesmos receptores que o hormônio natural, ajudando a controlar o apetite, a glicemia e o peso corporal.
Inicialmente, foram aprovados para o tratamento do diabetes tipo 2. No entanto, estudos clínicos mostraram que esses medicamentos também promovem perda de peso significativa, mesmo em pessoas sem diabetes, o que levou à sua aprovação também para o manejo da obesidade.
Nomes comerciais mais conhecidos:
- Mounjaro® (tirzepatida);
- Zepbound® (tirzepatida);
- Ozempic® (semaglutida);
- Wegovy® (semaglutida em dose maior);
- Saxenda® (liraglutida).
Essas medicações são aplicadas por via subcutânea (abaixo da pele), geralmente em forma de “caneta”, o que facilita a administração semanal ou diária, dependendo do princípio ativo.
Como os análogos de GLP-1 atuam no organismo?
Os análogos de GLP-1 atuam principalmente por três mecanismos:
- Redução do apetite: ao estimular os receptores de GLP-1 no cérebro, promovem sensação de saciedade precoce, fazendo com que a pessoa sinta menos fome e consuma menos calorias;
- Retardo no esvaziamento gástrico: o GLP-1 faz com que o alimento permaneça mais tempo no estômago, tornando a digestão mais lenta. Isso prolonga a saciedade (ou seja, a sensação de estômago cheio) e reduz a velocidade com que a glicose entra na corrente sanguínea após as refeições. Com isso, evita-se uma queda brusca da glicose no sangue, situação que o cérebro interpreta como falta de energia, o que pode gerar fome novamente mesmo após pouco tempo da última refeição.
- Melhora da sensibilidade à insulina: com menor produção de glucagon e estímulo à insulina, o organismo passa a controlar melhor os níveis de glicose no sangue. Inclusive, as canetas podem ser usadas no controle da resistência à insulina.
Esses efeitos combinados favorecem o controle do apetite e, consequentemente, a perda de peso, especialmente quando associados a mudanças no estilo de vida.
Suplementação: por que investir no uso de análogos de GLP-1?
Embora eficazes na perda de peso, os análogos de GLP-1 reduzem o apetite de forma significativa. Isso pode comprometer a ingestão adequada de nutrientes essenciais, especialmente proteínas, fibras, vitaminas e minerais, que são fundamentais para a preservação da saúde.
Os principais desafios incluem:
- Perda de massa muscular: até 30% do peso perdido pode ser músculo, não gordura. Isso compromete a força, o metabolismo e favorece o reganho de peso a longo prazo;
- Fadiga e fraqueza: o cansaço persistente pode estar ligado à ingestão calórica e proteica insuficiente, além da própria perda de massa muscular;
- Alterações gastrointestinais: é comum o surgimento de náuseas, distensão abdominal, refluxo, constipação e até piora de quadros pré-existentes, como intolerância à lactose ou síndrome do intestino irritável;
- Deficiências nutricionais: a menor ingestão alimentar, aliada à dificuldade de absorção em alguns casos, pode levar à carência de nutrientes como vitaminas do complexo B, ferro, magnésio e vitamina D, afetando o metabolismo, a disposição e a imunidade.
Por isso, a suplementação funcional integrativa tem se mostrado uma aliada essencial para quem utiliza essas medicações.
Tipos de suplementação indicadas em casos de uso de análogos de GLP-1
Confira, a seguir, os principais tipos de suplementação recomendados nesses casos e entenda por que eles fazem a diferença no cuidado com a saúde.
1. Aminoácidos essenciais
Com a redução da ingestão proteica, a suplementação com aminoácidos essenciais em forma livre, como o AMINNU®, é estratégica para preservar e estimular a construção da massa muscular.
2. Creatina
Entre as funções da creatina, estão: melhorar a força muscular, reduzir a fadiga e contribuir para a manutenção da massa magra.
3. Suplementos que promovem energia
Durante o uso de análogos de GLP-1, é comum a redução da ingestão calórica e proteica, o que pode impactar a produção de energia e levar à sensação de fadiga. Ativos como coenzima Q10, L-carnitina, HMB, magnésio e extrato de café verde participam diretamente da geração de energia, contribuindo para o metabolismo celular, a disposição física e a recuperação muscular.
Uma estratégia interessante é o uso do Energy® ATP+, suplemento que combina esses nutrientes com outros ativos-chave, como a creatina, potencializando a produção de energia, melhorando o desempenho físico e reduzindo a fadiga, sem interferir negativamente no sono ou causar picos de estímulo.
4. Fibras prebióticas
O intestino abriga trilhões de microrganismos, e muitos deles exercem funções essenciais para a saúde. As bactérias benéficas, em especial, utilizam as fibras prebióticas como fonte de alimento. Quando bem nutridas, elas se multiplicam e ajudam a equilibrar a função intestinal.
Esse processo favorece o fortalecimento da barreira intestinal, reduz a inflamação leve crônica e melhora o trânsito intestinal, fatores importantes durante o uso de análogos de GLP-1, especialmente para quem apresenta constipação, inchaço, gases ou desconfortos digestivos.
O Guardian® contém fibras prebióticas de baixa fermentação, como goma acácia e beta-glucanas, além de glutamina, NAC, zinco e vitaminas que podem contribuir para um ambiente intestinal mais estável, auxiliando na adaptação ao tratamento e reduzindo efeitos gastrointestinais indesejáveis.
5. Vitaminas e minerais
Vitamina D, K2, C, zinco, ferro e complexo B são frequentemente indicados para corrigir ou prevenir deficiências comuns durante o uso das canetas.
6. Suporte no desmame: metabolismo e controle do apetite
Durante a fase de transição, quando o uso das canetas é reduzido ou encerrado, o corpo passa por uma nova adaptação. É comum ocorrer um aumento no apetite, queda na saciedade e risco de reganho de peso, especialmente se não houver um suporte nutricional adequado.
Alguns nutrientes podem ajudar nesse processo:
- Proteínas e fibras: prolongam a saciedade;
- Cromo e inositol: reduzem o desejo por doces e gorduras;
- Extrato de café verde, zinco, selênio e potássio: ajudam no metabolismo e na queima de gordura;
- Fenilalanina, tirosina, vitaminas B6 e B9: apoiam o equilíbrio emocional para escolhas alimentares conscientes.
O Levsensi® é uma estratégia nutricional inteligente para o período de desmame das canetas. Sua fórmula combina proteínas, fibras, aminoácidos, minerais e vitaminas que auxiliam na saciedade e no controle do apetite, o que consequentemente contribui no controle de peso, ajudando a manter os resultados conquistados.
Quem pode usar as canetas de GLP-1?
Os análogos de GLP-1 são indicados principalmente para:
- Pessoas com diabetes tipo 2, especialmente aquelas com sobrepeso;
- Indivíduos com IMC ≥ 30 kg/m² (obesidade);
- Indivíduos com IMC ≥ 27 kg/m² com doenças associadas ao peso, como hipertensão, dislipidemia ou apneia do sono.
No entanto, na prática clínica, tem aumentado o uso dessas medicações também em casos fora dessas indicações formais, como:
- Pessoas com histórico de obesidade e tendência ao reganho de peso;
- Indivíduos com compulsão alimentar ou dificuldade de controle do apetite;
- Casos de sobrepeso leve em que o médico avalia risco cardiometabólico elevado.
Apesar disso, é fundamental reforçar que o uso deve sempre ser feito com prescrição médica, avaliação clínica criteriosa e acompanhamento contínuo.
Existe risco de dependência?
Os análogos de GLP-1 não causam dependência química, mas o uso inadequado pode gerar uma dependência psicológica ou emocional quanto ao controle do apetite. Além disso, muitas pessoas enfrentam o chamado “efeito rebote” após a suspensão do uso: ou seja, voltam a engordar, e com mais facilidade.
Essa recuperação de peso ocorre principalmente quando não houve reeducação alimentar, suporte nutricional ou preservação da massa muscular durante o processo.
Considerações sobre acompanhamento profissional
O sucesso no uso das canetas está diretamente relacionado ao acompanhamento multidisciplinar, que deve incluir:
- Médico endocrinologista ou clínico;
- Nutricionista com foco em metabolismo e composição corporal;
- Profissional de educação física;
- E, se necessário, apoio psicológico.
Além disso, o uso de suplementos deve ser personalizado, conforme exames, histórico clínico, rotina e objetivos individuais.
Resumo sobre análogos de GLP-1: entenda as canetas emagrecedoras
Os análogos de GLP-1 são medicamentos inovadores que mudaram a forma como lidamos com a obesidade e o diabetes. Suas ações sobre o apetite, a saciedade e o metabolismo trazem resultados consistentes, mas não isentos de riscos.
O uso dessas canetas exige responsabilidade e orientação especializada. E, mais do que emagrecer, é preciso preservar a saúde, a força, a vitalidade e o equilíbrio do corpo durante todo o processo.
A suplementação funcional integrativa se destaca como um suporte essencial, capaz de prevenir perdas importantes, como a massa muscular, evitar deficiências nutricionais e garantir um emagrecimento mais saudável, sustentável e inteligente. Conheça os protocolos da Central Nutrition.
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