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Esteatose hepática: o que é, sinais e como reverter o quadro

Brenda de Oliveira Cordeiro

Você já ouviu falar em fígado gorduroso? Esse é o nome popular da esteatose hepática, uma condição que atualmente é chamada de Doença Hepática Esteatótica Associada à Disfunção Metabólica (MASLD), que pode ou não apresentar inflamação. Trata-se de uma doença silenciosa que, mesmo sem sintomas aparentes, pode evoluir para quadros mais graves se não for tratada.

Neste artigo, você vai entender o que é essa condição, como identificar seus sinais e, principalmente, como reverter com estratégias clínicas e nutricionais baseadas na ciência. Continue a leitura e confira!

O que é a esteatose hepática?

A esteatose hepática é caracterizada pelo acúmulo excessivo de gordura, principalmente triglicerídeos, no interior das células do fígado, os hepatócitos. Esse acúmulo deve ultrapassar 5% do peso total do órgão para configurar a condição clínica.

O fígado é um dos órgãos mais versáteis do corpo humano, envolvido em processos como detoxificação, metabolismo hormonal, produção de proteínas plasmáticas, digestão de gorduras e armazenamento de nutrientes. Quando há um acúmulo significativo de gordura em suas células, a função hepática começa a ser comprometida, criando um ambiente propício para inflamações, fibrose e até cirrose.

A esteatose hepática pode ser reversível nos estágios iniciais, mas sua evolução silenciosa exige vigilância, especialmente entre indivíduos com fatores de risco metabólicos.

Quais são as classificações da esteatose hepática?

A condição pode ser classificada em três tipos principais, de acordo com sua origem:

1. Doença hepática esteatótica associada à disfunção metabólica (MASLD)

É a forma mais comum da condição e está associada a fatores metabólicos, como:

  • Resistência à insulina;
  • Obesidade (especialmente abdominal);
  • Dislipidemias;
  • Hipertensão arterial;
  • Diabetes tipo 2.

O termo MASLD substitui o antigo NAFLD (doença hepática gordurosa não alcoólica), com a diferença de que agora o diagnóstico é feito com base na presença de disfunção metabólica, e não mais por exclusão do álcool. Estima-se que até 30% da população mundial apresente algum grau de esteatose hepática não alcoólica, e muitos desconhecem o diagnóstico.

2. Doença hepática alcoólica (ALD)

Ocorre quando o principal fator responsável pelo acúmulo de gordura no fígado é o consumo excessivo e crônico de álcool, geralmente em níveis superiores a > 50 g/dia para mulheres e > 60 g/dia para homens. Essa condição pode evoluir para hepatite alcoólica, fibrose e cirrose se o consumo for mantido.

3. Disfunção metabólica e doença hepática relacionada ao álcool (MetALD)

É uma categoria intermediária, criada para descrever pacientes que:

  • Possuem disfunção metabólica, como no MASLD, e;
  • Consomem álcool em quantidades moderadas, que não se enquadram como ALD, mas estão acima dos limites seguros para MASLD.

Essa classificação reconhece que álcool e disfunção metabólica podem coexistir e se somar no comprometimento hepático.

Quais são os graus da esteatose hepática?

Os graus são definidos com base na quantidade de gordura acumulada no fígado:

GrauDescrição% de hepatócitos com gordura
Grau 1

(Leve)

Estágio inicial, geralmente assintomático e com alta chance de reversão.< 30%
Grau 2

(Moderado)

Pode apresentar sintomas leves e alterações em exames laboratoriais.30% a 60%
Grau 3

(Grave)

Risco elevado de inflamação e progressão para doenças hepáticas avançadas.> 60%

Essa classificação ajuda a determinar a gravidade do quadro e a orientar as condutas terapêuticas. Em muitos casos, o paciente só descobre a condição por meio de exames de rotina, sem apresentar sintomas visíveis. À medida que evolui, podem surgir inflamação e progressão para fibrose, cirrose e até câncer.

Quais são os sintomas da esteatose hepática?

Embora a esteatose hepática seja frequentemente assintomática, o avanço do quadro pode gerar sinais inespecíficos, que muitas vezes passam despercebidos. Esses sintomas tendem a variar de acordo com o grau da condição:

Sintomas de gordura no fígado grau 1

  • Fadiga leve;
  • Desconforto leve no lado direito do abdômen;
  • Sensação de peso após refeições gordurosas;
  • Flatulência e inchaço abdominal.

Nesta fase, a função hepática ainda está relativamente preservada, mas é um alerta claro de que o estilo de vida precisa ser revisto.

Sintomas de gordura no fígado grau 2

  • Cansaço persistente;
  • Perda de apetite em alguns casos;
  • Desconforto abdominal mais evidente. Nesse caso, entrar com um protocolo para saúde intestinal poderá ser recomendado;
  • Sensação de estômago “estufado” com facilidade;
  • Aumento de enzimas hepáticas nos exames laboratoriais (elevação de TGP, TGO, GGT).

Aqui, já há alterações significativas no metabolismo hepático e risco de progressão para quadros inflamatórios.

Sintomas de gordura no fígado grau 3

  • Dor intensa no quadrante superior direito do abdômen;
  • Náuseas, perda de apetite e perda de peso não intencional;
  • Icterícia (pele e olhos amarelados), sinal também presente na falta de vitamina B12;
  • Ascite (acúmulo de líquido abdominal);
  • Confusão mental e sonolência, sinais de comprometimento hepático avançado.

É nesse estágio que o fígado pode estar progredindo para uma hepatopatia grave, exigindo intervenção médica imediata.

Quais são as causas da gordura no fígado?

A esteatose hepática é uma condição multifatorial, ou seja, pode surgir a partir de diferentes causas isoladas ou, com mais frequência, por uma combinação entre elas. A seguir, os principais fatores de risco reconhecidos:

  • Sobrepeso e obesidade: especialmente a obesidade abdominal (visceral);
  • Resistência à insulina e diabetes tipo 2: ambas as condições comprometem o metabolismo da glicose e favorecem a lipogênese (síntese de gordura) hepática;
  • Síndrome metabólica: conjunto de condições como obesidade abdominal, hipertensão, resistência à insulina, cansaço excessivo e dislipidemias;
  • Alimentação desequilibrada: consumo elevado de carboidratos refinados, gorduras saturadas e alimentos ultraprocessados;
  • Sedentarismo: a falta de atividade física reduz a oxidação de ácidos graxos e favorece o acúmulo de gordura hepática;
  • Consumo de álcool: mesmo em quantidades moderadas, o álcool pode agravar um fígado já sobrecarregado;
  • Uso de certos medicamentos: corticoides, amiodarona, metotrexato, tamoxifeno, entre outros;
  • Rápida perda de peso: comum após cirurgias bariátricas, pode provocar mobilização abrupta de gordura corporal;
  • Alterações intestinais: disbiose e aumento da permeabilidade intestinal contribuem para inflamação hepática via eixo intestino-fígado;
  • Gravidez: embora rara, é uma condição grave e específica, geralmente no terceiro trimestre, que exige intervenção médica imediata.

Como diagnosticar a esteatose hepática?

O diagnóstico envolve avaliação clínica, exames laboratoriais e exames de imagem. Na maioria dos casos, é um achado durante check-ups de rotina.

Exames laboratoriais:

  • ALT (TGP), AST (TGO), GGT: enzimas hepáticas frequentemente elevadas;
  • Perfil lipídico e glicêmico: para investigar dislipidemias e resistência insulínica;
  • Índice HOMA-IR: mede a resistência à insulina.

Exames de imagem:

  • Ultrassonografia abdominal: método mais utilizado, detecta aumento da ecogenicidade hepática (fígado brilhante);
  • Elastografia hepática: avalia a rigidez do fígado e estima o grau de fibrose;
  • Ressonância magnética: mais sensível para quantificar gordura hepática;
  • Biópsia hepática: considerada padrão-ouro, mas indicada apenas em casos específicos, como suspeita de MASLD ou fibrose avançada.

Como tratar a esteatose hepática?

O tratamento deve ser individualizado, baseado em mudança de estilo de vida, controle de comorbidades, como obesidade, diabetes, colesterol e hipertensão, e suporte nutricional. A seguir, os pilares da abordagem integrativa e funcional:

1. Reeducação alimentar

Dieta nutritiva com redução de açúcares simples e farinhas refinadas. Preferência por alimentos ricos em fibras, antioxidantes e gorduras boas, como azeite de oliva, peixes e oleaginosas. Exclusão de álcool.

2. Prática regular de exercícios

Atividades aeróbicas e musculação ajudam a melhorar a sensibilidade à insulina e a reduzir a gordura visceral.

3. Suplementação funcional

A depender da avaliação clínica, a suplementação pode acelerar a reversão do quadro e aliviar sintomas:

  • Ômega 3 (EPA/DHA): redução da inflamação hepática e melhora da sensibilidade à insulina;
  • Probióticos e fibras prebióticas (como inulina e goma acácia): modulam a microbiota intestinal, influenciando positivamente o eixo intestino-fígado;
  • Vitaminas antioxidantes (D, E, C, glutationa, NAC): combatem o estresse oxidativo, que ajuda a proteger as células do fígado contra danos causados por radicais livres, reduzindo a inflamação e a progressão da doença.

Além disso, quando falamos em esteatose hepática associada à disfunção metabólica, não basta olhar apenas para o fígado, é preciso considerar todo o contexto metabólico. Isso envolve regular a resposta à insulina, controlar os níveis de glicose, equilibrar a microbiota intestinal e reduzir a inflamação crônica de baixo grau. Uma suplementação inteligente deve atuar nesses múltiplos eixos de forma sinérgica.

O Synergy Control  é um suplemento funcional integrativo que reúne ativos com ação complementar sobre esses principais mecanismos. A fórmula une inositol, feno-grego, fibras prebióticas (inulina, casca de maçã), magnésio, zinco, canela, vinagre de maçã e picolinato de cromo— nutrientes com evidência na melhora da sensibilidade à insulina, controle glicêmico pós-refeição e modulação da inflamação. Por isso, pode ajudar no cuidado da esteatose hepática ligada à resistência insulínica, pré-diabetes e SOP.

Como evitar a gordura no fígado?

Prevenir é melhor do que remediar, especialmente quando o assunto é fígado. Confira como manter a saúde hepática em dia:

  • Tenha uma alimentação rica em alimentos integrais e naturais;
  • Evite o consumo frequente de açúcar, álcool e industrializados;
  • Mantenha-se fisicamente ativo;
  • Durma bem e gerencie o estresse crônico;
  • Faça check-ups regulares e monitore as enzimas hepáticas;
  • Considere o suporte de suplementos hepatoprotetores em fases de maior sobrecarga metabólica.

A esteatose hepática é uma condição tratável, reversível e, muitas vezes, evitável. O diagnóstico precoce e a mudança de hábitos são a chave para recuperar a saúde do fígado, um órgão central para a vitalidade, o metabolismo e a longevidade.

Cuidar do fígado é cuidar de você. Se você se identificou com os sintomas ou já recebeu esse diagnóstico, procure um profissional da saúde para construir uma estratégia eficaz e personalizada de reversão.


Referências

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