Cadastre-se em nossa newsletter e receba conteúdos e descontos exclusivos!

O segredo da suplementação proteica em idosos

O idoso necessita de uma dieta rica e balanceada com proteínas, essencial para minimizar os efeitos da perda muscular. A quantidade total ingerida diminui, aproximadamente, 25% entre 40-70 anos, aumentando as chances de risco nutricional. Uma ingestão adequada de micro e macronutrientes deve ser aplicada como atividade essencial nos idosos, em termos de prevenção e tratamento da perda muscular.

Um desequilíbrio entre o suprimento de proteína e as necessidades proteicas pode resultar em perda de massa muscular esquelética por desregular o equilíbrio entre a síntese de proteína muscular e a degradação. Como resultado, os idosos podem perder massa muscular e força.

Neste post você saberá:

  • Qual a importância da proteína?
  • Quais os possíveis motivos para a baixa absorção proteica?
  • Qual é o desafio no consumo de proteína?
  • Como otimizar a absorção de aminoácidos?

Qual a importância das proteínas?

A sarcopenia avançada é sinônimo de fragilidade física e está associada a um aumento do risco de quedas e prejuízo na capacidade de realizar atividades rotineiras na vida diária. A digestão de proteínas, de maneira eficiente, resulta em absorção dos aminoácidos e é crucial para um ótimo estado nutricional protéico prevenindo os episódios citados. É a fonte nutricional muscular e esse, além do seu papel no movimento e postura, regulação do metabolismo e armazenamento de energia e nitrogênio, o músculo esquelético torna-se um fornecedor vital de aminoácidos para ser usado como combustível pelo cérebro e pelo sistema imunológico.

Quais os possíveis motivos para a baixa absorção proteica?

Embora os mecanismos que conduzem à perda muscular sejam provavelmente numerosos, as taxas desproporcionais de degradação da proteína muscular, em comparação com a síntese de proteína muscular, são significativas na população idosa. E associado a esse quadro estão dois dos fatores importantes: a ingestão inadequada de proteínas e inatividade física. O estímulo anabólico mais importante para proteínas musculares é a ingestão de nutrientes, pois permite a substituição dos aminoácidos essenciais perdidos pela oxidação.

A deficiência nutricional de aminoácidos se apresentam de variadas maneiras nos idosos, a perda de apetite e/ou da dentição² são algumas das modificações que ocorrem com o envelhecimento e acarretam em perdas nutricionais³.  Além disso, os diferentes tipos de dieta proteica impactam de forma diferente no metabolismo proteico. A velocidade de absorção das proteínas pelo intestino é um importante aspecto da qualidade das proteínas.

Outra modificação é a redução do esvaziamento gástrico e o déficit de ácido estomacal, que prejudica a digestão das proteínas culminando na falta de aminoácidos essenciais e, como consequência, a perda da massa magra⁴.  Além disso, a alta incidência de disbiose em idosos também prejudica a absorção. No intestino do idoso, é comum ocorrer a redução da superfície da mucosa e das vilosidades, além de alterações na motilidade, permitindo uma hiperproliferação de bactérias prejudiciais⁵.

Qual é o desafio no consumo de proteínas?

O grande desafio na suplementação protéica do idoso é ter uma proteína que tenha um alto aproveitamento/absorção. Quando o idoso consome uma alta quantidade de proteína de baixa digestibilidade o organismo requer um esforço maior e isso pode acarretar até em uma sobrecarga nos rins e fígado por conta do excesso de ureia.

Um exemplo é a proteína animal que só tem um aproveitamento de 18% de anabolismo e 68% de catabolismo, ou seja, a um gasto alto de quebra para pouco resultado de conversão em massa magra. Com o envelhecimento ocorre uma diminuição da sensibilidade aos efeitos anabólicos da proteína ingerida e aos efeitos anticatabólicos (aminoácidos essenciais/metabólitos que evitam que o consumo de proteínas seja maior do que sua síntese)⁶.

Como otimizar a absorção de aminoácidos?

É de extrema relevância conhecer qualidade da proteína na dieta. Não é em função apenas da quantidade de aminoácidos, mas também da sua digestibilidade e disponibilidade de aminoácidos resultante, sendo esse, um fator de relevância fisiológica na síntese de massa muscular. A ingestão de aminoácidos essenciais, já biodisponíveis, em doses proporcionais é ideal para garantir um padrão saudável de síntese de proteínas, músculos e tecidos. Para todos os adultos, otimizar o potencial de anabolismo de proteína muscular consumindo uma quantidade adequada de proteína de alta qualidade em cada refeição, em combinação com atividade física, representa uma estratégia promissora para prevenir ou retardar o início da sarcopenia.

1.  Gago, L. C., & Gago, F. C. P. Atualidades sobre o tratamento da Sarcopenia revisão de literatura. International Journal of Nutrology9(4), 254-271 (2017).
2. Assumpção, D. D., Borim, F. S. A., Francisco, P. M. S. B., & Neri, A. L. Fatores associados ao baixo peso em idosos comunitários de sete cidades brasileiras: Estudo FIBRA. Ciência & Saúde Coletiva, v. 23, p. 1143-1150, 2018.
3. BISSON, M. P. Farmácia clínica & atenção farmacêutica. 2. ed. São Paulo: Manole, 2017.
4. Hwang, B., Lim, J. Y., Lee, J., Choi, N. K., Ahn, Y. O., & Park, B. J. Prevalence rate and associated factors of sarcopenic obesity in Korean elderly population. Journal of Korean medical science, v. 27, n. 7, p. 748-755, 2012.
5. Conrado, B. Á., de Souza, S. A., Mallet, A. C. T., de Souza, E. B., dos Santos Neves, A., & Saron, M. L. G. Disbiose Intestinal em idosos e aplicabilidade dos probióticos e prebióticos. Cadernos UniFOA, v. 13, n. 36, p. 71-78, 2018.
6. Rennie MJ. Anabolic resistance: the effects of aging, sexual dimorphism, and immobilization on human muscle protein turnover. Appl Physiol Nutr Metab. 2009; 34(3):377-81.

Compartilhe: